CAPITULO II
Já passava das sete horas da noite quando Demi desceu do
ônibus. No último minuto surgiu um artigo urgente, e ela precisou trabalhar até
mais tarde.
O caminho até sua casa era longo, mas havia três anos a
tinha comprado justamente por ser fora da cidade. A propriedade era dividida em
dois apartamentos independentes.
Demi morava na parte de baixo e a outra era habitada por um
casal de italianos. Eles tinham uma filhinha, Caterina, e Demi se dava muito
bem com essa família, principalmente com Miley, esposa de Nick que era de sua
idade. Miley a esperava quando ela abriu a porta, e isso a deixou assustada.
— Aconteceu alguma coisa?
— Calma, está tudo bem — disse Miley. — Nunca conheci uma
mãe tão aflita! Só vim apanhar o pijama dele. Parece que já está cansado de
brincar no jardim.
Aliviada, Demi se encostou à porta. Esse era o preço que
tinha de pagar por trabalhar fora. Sabia que Miley cuidava de Nicky como se
fosse seu próprio filho, mas sempre temia que ele precisasse dela enquanto
estivesse ausente.
A sorte era ter Miley por perto. O casal havia chegado a sua
casa desesperado, e Demi deixou que ocupassem o apartamento por um modesto
aluguel. Como Miley não trabalhava, era ela quem tomava conta do menino.
As duas subiram para o apartamento de Miley e quando chegaram
lá um garotinho moreno se atirou nos braços de Demi, perguntando por que tinha
demorado.
— Estive trabalhando para ganhar bastante dinheiro, meu amor
— respondeu suavemente.
Nicky sabia que sua mãe precisava ganhar dinheiro, mas Demi
achava insuportável ficar repetindo sempre a mesma coisa.
— Ele já tomou o chá — disse Miley com um sorriso.
Demi agradeceu, sem tirar os olhos do filho.
— Você ficou bonzinho? — perguntou ela, com interesse.
Quando o filho respondeu que sim, seu coração se encheu de
amor.
— Vá buscar os brinquedos para a mamãe — disse Miley,
fechando a porta da sala atrás dele.
— O que há de errado? — Demi quis saber depois que Gina
fechou a porta.
— Na verdade, nada. Hoje, quando estávamos no parque, Nicky
perguntou pelo pai. Ele é muito inteligente, Demi. Já notou que Caterina tem
pai e mãe e constantemente me faz perguntas sobre o que aconteceu com o pai
dele. Será que ele realmente não o quer?
— O pai dele nem mesmo sabe que Nicky existe. Por favor,
Miley, não toque nesse assunto, principalmente hoje.
Eu não suportaria...
— Pelo bem de Nicky você deveria contar-lhe. Você não pode
iludi-Io eternamente. Logo ele terá idade para ir à escola, e as outras
crianças vão ficar curiosas.
— Hoje em dia é normal crianças com apenas um dos pais, e
certamente Nicky está vivendo melhor apenas comigo do que com pais que brigam
constantemente...
— Ele é muito sensível. Quando pergunta pelo pai, seu olhar
fica confuso e isso me corta o coração. Hoje ele quis saber se o pai não o
queria. O que eu podia responder?
Felizmente consegui distrair sua atenção. Mas Nicky está
crescendo e logo terá três anos. O que você vai lhe dizer?
— O que posso dizer? — perguntou Demi, com amargura. Ele foi
concebido por acidente e meu... Caso com o pai dele já estava terminado havia
muito tempo quando descobri que estava grávida. Como posso lhe contar isso?
Elas ouviram a porta se abrir, e Nicky apareceu carregando
um ursinho de pelúcia e uma .sacola de brinquedos de plástico.
— Diga boa-noite a Miley — disse Demi.
Mais tarde, quando o colocava na cama, ela examinou
cuidadosamente as feições de Nicky. Ele era muito parecido com Joe: tinha os
mesmos olhos e os mesmos cabelos castanhos.
Ao descobrir que estava grávida Demi deixara o emprego.
Praticamente tinha ficado histérica ao ver-se envolvida num escândalo, tendo de
enfrentar a imprensa e a polícia, e a notícia de que estava esperando um filho
de Joe quase a levara à loucura.
Quando o menino nasceu, após uma noite de dor e angústia,
não quis vê-Io, mas a parteira colocou-o em seus braços e desde então Demi não
quis mais se separar do filho. Ela sentia uma leve satisfação ao saber que Joe
nem imaginava a existência dessa criança. Não fora fácil criá-Io sozinha,
principalmente com a preocupação de sustentá-Io e garantir-lhe o futuro.
Até agora Nicky havia aceitado o fato de ter apenas a
"mãe", mas, como Miley bem disse, não demoraria para que começasse a
fazer perguntas sobre o pai.
Na manhã seguinte, Nicky parecia estranho. Estava com o
olhar distraído e distante ao sentar-se para tomar o café da manhã e Demi
imaginou que talvez ele tivesse percebido sua tensão.
— Não vá trabalhar mamãe — pediu ele, com os olhos cheios de
lágrimas. — Fique comigo, está bem?
— Você sabe que eu preciso ir, Nicky. Amanhã é sexta-feira e
depois disso a mamãe ficará dois dias inteirinhos com você. Se você se
comportar, iremos dar um bonito passeio.
— Onde? — perguntou ele, esquecendo as lágrimas. — Ver os
ursos no zoológico?
— Quem sabe? Termine de comer o pãozinho como um bom menino,
filho.
Por causa de Nicky, Demi se atrasou e quando chegou à
avenida viu seu ônibus indo embora. Não gostava de chegar atrasada na parte da
manhã, mas Doug compreenderia. Não que ele soubesse sobre Nicky. Ninguém no
escritório imaginava que tivesse um filho, e ela queria que continuasse assim
principalmente agora que Joe estava trabalhando no jornal.
Ele nem mesmo quis saber por que eu troquei de nome, pensou
com amargura. Ela se chamava Devonne Walker. Então tirou o primeiro nome e
mudou o sobrenome para o de solteira de sua mãe: Demi Lovato. Joe não
perguntaria por que com certeza tinha seguido todos os detalhes pelos jornais.
Já eram nove e dez quando ela chegou ao escritório.
— Ora, viva! Finalmente você chegou! — Joe exclamou, com
rapidez. — Está dez minutos atrasada. Hoje é uma exceção ou preciso ir me
acostumando?
— Sinto muito pelo atraso — ela desculpou-se friamente,
apanhando os envelopes que estavam sobre a escrivaninha. — Vou apenas examinar
a correspondência e então estarei à sua disposição.
— Ei, madame, onde a senhora pensa que vai com isso? Ninguém
me passa para trás, está ouvindo? Sou perfeitamente capaz de tratar disso
sozinho. Com certeza Doug precisava muito de sua assistência, mas eu não. Dê-me
isso.
— Sim, Sr. Jonas — ela respondeu, entregando-lhe as cartas.
— Por falar nisso, onde está Doug?
— Acredito que esteja se despedindo. Hoje é seu último dia
por aqui.
— Mas pensei que...
— Você pensou o quê? Que eu tinha necessidade de que ele
cuidasse de mim até quando? Este lugar não comporta mais de uma pessoa. Por
isso, por mais que goste e respeite Doug, não quero que ele fique
supervisionando tudo o que faço. Tenho certeza de que ele sentiria o mesmo na
minha situação.
— Não demorou muito, não é? Primeiro você tenta se livrar da
secretária e agora quer que ele também vá dando o fora. E isso?
— Doug disse para lembrá-Ia de que ele a espera esta noite
no barzinho para comemorar com o pessoal. Creio que seu namoradinho também
estará lá.
Ela ia dizer que não tinha namorado, quando compreendeu que
Joe se referia a Taylor.
— Provavelmente não irei. — Demi não tinha avisado Miley de
que chegaria atrasada.
— Parece que encontra prazer em estragar o divertimento dos
outros, não é? Agora posso entender por que você teve de se livrar de
"Devonne". Ela era muito doce e simples. Gostaria de saber que
pensamentos passam por essa sua cabecinha fria. Você nem mesmo pode se
humanizar um pouco e se despedir de Doug?
— Você não tem o direito de falar assim comigo! — Ela tremia
de medo e raiva. Era como se pela primeira vez o estivesse vendo sem aquela
adoração de antigamente. Como poderia ter achado que ele era um amante terno ou
um homem que transmitia segurança? Joe era um predador, um caçador que matava e
despedaçava as presas que abatia.
A porta se abriu e Doug entrou, olhando de Joe para ela. —
Que tal um café, amor? — sugeriu a Demi. Virando-se para Joe, acrescentou: —
Demi é maravilhosa. Antes de ela vir trabalhar aqui, tínhamos de nos contentar
com o café da cantina, mas agora tomamos cafezinho fresco todas às manhãs.
Garanto que é um tratamento bem melhor do que aquele que você recebia nos
Estados Unidos.
— Lá existem máquinas. Por isso, é menor a perda de tempo. O
que acontece quando Demi se ausenta do serviço? Você contrata secretárias
temporárias ou...
Demi não quis olhar para Joe. Ele estava tentando descobrir
se havia outra secretária que pudesse ficar no lugar dela.
— Quando ela tirou férias, fiquei com uma das garotas do
serviço temporário. Não é o ideal, de jeito algum, mas nós nos arranjamos. Você
vai hoje à noite, não vai, Demi?
— Não sei... Não estou convenientemente vestida.
— Pois eu faço questão da sua presença. Vou sair e deixar
que vocês se conheçam melhor. E, por favor, mantenha o café quente —
acrescentou, saindo da sala.
— Nunca imaginei que tivesse se tornado uma sedutora, Demi.
Parece que você tem todos os homens na palma da mão — Joe comentou com ironia.
Ela engoliu o insulto, dando graças a Deus por estar de
costas para ele.
— Deixe isso para lá — ordenou ele, quando ela foi apanhar a
cafeteira. — Nós temos muito trabalho hoje.
Ela o acompanhou até o escritório e começou a anotar um
ditado. Como que para castigá-Ia, ele ditava numa velocidade muito maior do que
Doug costumava fazer, entretanto Demi não se preocupou. Ela adorava taquigrafia
e esta foi uma ótima oportunidade para colocá-Ia em prática. Procurava
caprichar o máximo, quando de repente o telefone tocou.
Joe o atendeu, ouviu em silêncio e depois disse:
— Claro que não estou ofendido, querida Taylor. Pelo
contrário, estou muito lisonjeado, pois não é todo dia que uma mulher tão
bonita como você me convida para almoçar. À uma hora está bem para você?
Desligando o telefone, ele se dirigiu a Demi:
— Leia a última parte. Esqueci onde estava.
Demi tinha certeza de que ele estava mentindo. A carta era
longa e complicada, mas ela leu com ótima discrição e, ao terminar, percebeu
que Joe a olhava com sarcasmo.
— É quase como ter meu próprio computador! Você nunca quis
descer do seu pedestal e se juntar à raça humana?
— Contanto que ela não inclua você — Demi respondeu com
amargura.
— Então é assim. — Joe se aproximou dela. — Não me
responsabilize por tudo, Demi. Você...
— Eu fui tola e estúpida, e você tirou vantagem disso, não é
Joe? Deus, como eu o odeio! Ver você no fundo do poço não seria suficiente para
me satisfazer!
— E por isso que você insiste em ficar aqui? Você quer se
vingar? Fale!
— Estou aqui porque preciso do emprego — respondeu ela
friamente. — Além disso, acho que a chefia não ficará muito impressionada com
seu novo editor se eu contar os verdadeiros motivos de sua ansiedade por me
afastar daqui. Tenho certeza de que os jornais concorrentes adorariam essa
história. Gostaria de saber quanto eles pagariam por minhas declarações.
— Isso é uma faca de dois gumes, você não vê? Trabalhando
para mim, você se coloca sob a minha autoridade. Não fica amedrontada?
— Não — mentiu Demi. — Você já fez o pior que poderia ter
feito!
Só na hora do almoço Demi conseguiu telefonar para Miley e
avisá-Ia de, que chegaria mais tarde.
— Parece que você resolveu pensar no que eu disse sobre Nicky
— brincou Miley. — Espero que tenha sorte em encontrar um pai para ele.
Demi pensou que Joe chegaria mais tarde por causa de Taylor,
e não fechou a porta de sua sala. Estava no meio da conversa com Miley quando
ele entrou.
— Chamada pessoal? — perguntou Joe, com sarcasmo, logo que
ela desligou. — É a primeira vez que vejo um sinal de vida em você desde que
cheguei. Taylor sabe sobre ele?
— Minha vida particular não é da sua conta — respondeu Demi,
dando as costas para ele para procurar um papel no arquivo.
— Você ainda usa o mesmo perfume — comentou Joe.
— Você ainda lembra? Ah! Os repórteres são treinados para
lembrar-se dos mínimos detalhes, não é mesmo? Foi assim que você conseguiu
aquele furo, certo? Como deve ter sido cansativo ficar ouvindo os meus
problemas! Mas no final você foi bem recompensado. Como disse a Taylor, a
história o tornou famoso da noite para o dia. Fiquei surpresa com o fato de,
ontem, você não contar a todos quem eu era. Ou será que se envergonha de
revelar os meios sórdidos como conseguiu aquela história?
— Você não fez tudo com indiferença?
— Eu não era indiferente quando permiti que fizesse amor
comigo. Gostaria de pensar que trabalhando para você poderia tornar sua vida um
inferno, Joe, mas nós dois sabemos perfeitamente que você jamais se arrependeu!
Joe tentou tocá-Ia, mas Demi se afastou. A raiva era
evidente no olhar que ele lhe lançou. É claro que ele nunca se sentira atraído
por ela. Joe era o tipo de homem que sempre seduzia todas as mulheres que
queria. E como deve ter, zombado da ingenuidade dela!
Às cinco horas, Demi já havia terminado o serviço e foi até
o vestiário para descansar um pouco.
— Que desperdício — dizia uma garota para outra sem perceber
a presença de Demi. — Um homem maravilhoso ao lado de Lovato, que mais parece
uma geladeira! Aposto que ela não sabe o que fazer com um homem daqueles! Basta
ver como se comporta com o idiota do Taylor!
Alguém a cutucou, e a garota olhou, sem graça, para Demi.
Por um momento Demi teve vontade de lhe dizer o que faria com, um homem como
Joe Jonas, mas desistiu, fingindo não ter ouvido nada. Então era aquilo que
diziam dela? Muito bem! Mas que importância tinha isso?
LOL Que bom que gostaram! E Bruna Ávila Muito obrigado pela ajuda,espero que tenha dado certo . Bjos
Estou adorando a fic :)
ResponderExcluirAMEI perfeito!!
ResponderExcluirOBS:flor tenta arrumar a playlist pk deve estar com algum prblema pk toda vez que eu entro aqui tenho que apertar o F5 um monte de vezes!!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
ResponderExcluirestou gritando,pulando e dançandooo
lek,lek,lek
de ansiedade para ler mais sobre essa fic...
postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
bjus
AMEI...
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